segunda-feira, 5 de setembro de 2011

ACS/ES lamenta morte de soldado em atividade física e pede mudança na lei do TAF para promoção

O presidente da Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar do Estado do Espírito Santo (ACS/PMBM/ES), Jean Ramalho, defendeu nesta segunda-feira (05/09) a revogação de parte da lei que obriga os policiais militares a fazerem o Teste de Aptidão Física (TAF) para promoção e transforme a atividade física num valor a ser seguido pela corporação.
No sábado, o soldado Valdecir Uhillyg da Silva, 43 anos, que era lotado no 10º Batalhão da Polícia Militar, em Guarapari, morreu depois de sofrer um enfarto enquanto treinava para o TAF que faria no início dessa semana.Ele teria sido avisado do teste no início da semana passada. Uhillyg passou mal por volta das 20h30 durante caminhada na Praia do Morro. Ele chegou a ser socorrido, mas acabou morrendo. Uhillyg se preparava para o Curso de Habilitação de Cabos (CHC). Ele tinha 21 anos de PM e nunca havia sido promovido.Para ser promovido a cabo, o soldado precisa fazer uma prova escrita ou estar há pelo menos cinco anos na PMES. Em ambos os casos, é obrigatório passar pelo TAF. Mas policiais com mais de 20 anos de carreira (caso do Uhillyg) ainda são soldados.O diretor da ACS/ES, Flávio Gava, lembra que em estados vizinhos, como Rio de Janeiro e Minas Gerais, não é necessário o teste físico. O problema para os policiais, segundo Gava, não seria o teste em si, mas a falta de condições para que os policiais se preparem."Não oferecem treinamento físico. Querem que o policial se vire e treine por conta própria. Isso cria uma frustração. A polícia não oferece treinamento mas cobra condições físicas. Que a PM dê, durante a própria escala do policial, condições para se cuidar, como acontece com os bombeiros. Se isso não acontecer, vai continuar morrendo policial no Espírito Santo", diz Gava.O presidente da ACS/ES, Jean Ramalho, cita o artigo 25 da Portaria Interministerial n° 002, do Ministério da Justiça e da Secretaria Especial de Diretos Humanos da Presidência da República, de 15 de dezembro de 2010, que "Estabelece as Diretrizes Nacionais de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos dos Profissionais de Segurança Pública".O artigo diz: "Estimular a prática regular de exercícios físicos, garantindo a adoção de mecanismos que permitam o cômputo de horas de atividade física como parte da jornada semanal de trabalho".Segundo Ramalho, a PMES não permite que o policial militar conte como parte integrada de sua jornada de trabalho a atividade física que faz no dia-a-dia."Defendemos que a educação física é preponderante para a nossa atividade policial e deve ser encarada de forma institucional. Ela (atividade física) deve ser de responsabilidade da Corporação, obrigando o policial a fazer seus exercícios, mas com acompanhamento médico e com profissionais capacitados. Será que se o soldado Valdecir Uhillyg estivesse realizando suas atividades físicas com acompanhamento adequado ele teria morrido?", questiona Ramalho. "A morte dele poderia, então, ter sido evitada".Portanto, salientou Ramalho, a ACS/PMBM/ES defende que o governo do Estado revogue a parte da lei que aborda o TAF como parte obrigatória para promoção e transforme a atividade física num valor a ser seguido pela Polícia Militar.Jean Ramalho lembra, contudo, que o Corpo de Bombeiros do Espírito Santo já permite que seus praças e oficiais façam atividade física como parte da jornada de trabalho.

Fonte: ACSPMBMES

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