sábado, 17 de novembro de 2012

Sindicato manifesta apoio à delegada que provocou PCC e criticou secretário


O Sindpesp (Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo) manifestou apoio à delegada de Sorocaba, no interior do Estado, que criticou o secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Antonio Ferreira Pinto, e provocou a facção criminosa Primeiro Comando da Capital, usando um adesivo no carro com a inscrição: "Vem PCC tô facinha pra você! Se o secretário de Segurança não tá nem aí, eu me preocupo. Poupe pais, mães de família e o coitado do povo inocente".

Nesta sexta-feira (16), o presidente do sindicato, George Melão, teve uma reunião com a policial, que corre o risco de ser punida administrativamente pelo ato. Na opinião do presidente, nenhuma pena deveria ser aplicada à delegada.
— Ela pode sofrer uma sanção menor, se a Corregedoria (da Polícia Civil) entender que o ato praticado não teve relevância em relação à administração. Pode levar uma advertência, uma repreensão, uma suspensão ou até mesmo chegar à exoneração. Mas acreditamos que nenhuma pena pode ser aplicada a ela. Este é o posicionamento do sindicato. Ela não fez nenhuma agressão à administração com a palavra dela. Vamos dar apoio jurídico e pessoal.

Apesar de sair em defesa da colega, George Melão criticou a iniciativa.
— O sindicato está preocupado com a segurança dela e não gostou dessa exposição. Entendemos que há entidades de classe que podem falar por ela. Neste momento, não podemos agir isoladamente. Se agirmos isoladamente, não teremos força. Com esse ato, ela colocou em risco a própria vida.
Segundo o presidente do sindicato, a delegada está "decepcionada com a administração pública".
— Ela ficou indignada com a atitude da administração e nós também. No momento em que a pessoa mais precisa de apoio, a administração quer punir. O termo corregedoria vem de corrigir. E corrigir não significa punir. Significa orientar, colocar no devido lugar, fazer a correção.

Chamar a atenção

De acordo com o representante da entidade, o adesivo foi a forma encontrada pela delegada para chamar a atenção do governo e da população. Nas últimas semanas, o Estado vem enfrentando uma onda de violência, que atinge especialmente a capital e a Região Metropolitana.

— Ela falou que está muito angustiada e que gostaria de fazer alguma coisa, mas se sentiu impotente diante da precariedade da segurança pública.
Entendemos que o ato de revolta que ela praticou está no interior de todo cidadão paulista. Todos nós estamos revoltados com a segurança pública de São Paulo. Todos estamos descontentes com os rumos que a violência está tomando.
Ela demonstrou a indignação dela. Ela não xingou ninguém, não desmereceu ninguém. Ela falou a pura verdade.

Na visão do sindicalista, o descontentamento da policial é compartilhado por outros integrantes da categoria.
— A atitude tomada por ela, muita gente tem vontade de fazer. Nós, policiais, estamos revoltados, estamos nos sentindo inseguros, ameaçados, sentindo que a morte está batendo na nossa porta.
 Fonte: Blog do Ronald Coelho

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