POLICIA MILITAR, BRASIL.......
quarta-feira, 27 de novembro de 2013
quinta-feira, 14 de novembro de 2013
ES: Militares impedidos de participar de manifestação nesta quarta (13)
ES: Militares impedidos de participar de manifestação nesta quarta (13)
DO JORNAL ES HOJE
Militares capixabas se dizem “censurados” após comunicado do comando geral do Corpo de Bombeiros Militar, que proibia os integrantes do órgão de participarem de qualquer ato público contra o governo do Estado sem aviso prévio aos superiores. A ordem foi emitida horas antes do protesto marcado para às 16h, desta quarta-feira (13).
“Mesmo sabendo que a Constituição Federal ampara o direito de manifestar pacificamente, sem uso de armas e previamente avisado, os militares sentiram receio de participar diante da ameaça militaresca”, lamenta capitão da PMES, Assunção. Ele se identificou como um dos organizadores do ato.
Policiais e bombeiros militares, acompanhados de familiares, marcaram a concentração na Praça do Papa, na Enseada do Suá. Do local, iriam seguir em marcha até a Praça do Pedágio da Terceira Ponte, onde seria realizada uma panfletagem para reivindicar realinhamento salarial das Polícias Civil e Militar e do Corpo de Bombeiros. O grupo não pretendia interditar vias.
PM faz operação padrão nas ruas e delegacias correm risco de ficarem lotadas
Como forma de protestar contra a situação da segurança pública capixaba, a partir da próxima segunda-feira (18), os policiais militares vão intensificar os trabalhos pelas ruas do estado. A data coincide com o início da greve da polícia civil. As operações ostensivas combinadas a falta de profissionais nas delegacias pode gerar o acúmulo de ocorrências e até mesmo a liberação de suspeitos de crimes.
Os policiais civis decidiram pela greve geral, após uma assembleia realizada na manhã de segunda-feira (11). A justificativa do Sindicato dos Policiais Civis do Espírito Santo (Sindipol-ES) é a estagnação das negociações para a modernização do órgão.
Capital Assumção disse que a PM faz o trabalho ostensivo, ou seja, é responsável pela detenção dos acusados e encaminhá-los para a polícia civil que é quem investiga, recebe as ocorrências e gera o processo para condenação ou não do acusado. “Sem a polícia civil não há segurança pública é como cortá-la ao meio”, disse ele.
Nesse período, o que pode acontecer é o acúmulo de ocorrências e suspeitos de realizar crimes durante a greve podem ficar soltos, uma vez que não haverá ninguém para registrar boletim na delegacia.
“Por exemplo, uma pessoa matou a outra e se entregou até o período de 24 horas, que é o tempo máximo para a realização do flagrante. Os militares levam o homicida para a delegacia, mas ele pode acabar liberado, porque não tem quem faça a ocorrência. A PM não pode levar essa pessoa para o quartel, porque caracteriza cárcere privado”, explica Assumção.
Do mesmo jeito que a greve, a operação padrão acontece por tempo indeterminado.
FONTE - ES HOJE
***
FALA ALMANÇA: Lamentável a atitude deste comandante que reforçou a certeza que temos, de que está a serviço de um governo e não da sociedade, e por ele estão dispostos a tudo, inclusive a manchar sua própria biografia pessoal.
Esta ordem do Comandante Geral do Corpo do Bombeiros do Espírito Santo (a reportagem não citou, mas nós vamos citar o seu nome e foto), Coreonel Edmilton Ribeiro Aguiar Junior é um verdadeiro absurdo.
A quantidade de cursos e medalhas desse oficial (veja fixa deste oficial aqui) não foram suficientes para ele entender que a manifestação é um direito de todo cidadão brasileiro. Ou militar não é cidadão? Esse tipo de ameaça é uma vergonha! Demonstra a atitude ditatorial desde governo, que graças a Deus, terminará em 31 de dezembro de 2014.
Sr. Comandante, se V. Sa. não quer os bombeiros na rua, então avise ao Governador pra ele cumprir o acordo firmado e realinhar os salários dos militares estaduais.
Infelizmente o sr. conviverá com essa mancha em sua passagem pelo Comando Geral dos Bombeiros de tentar cercear os bombeiros capixabas a lutarem por dignidade. Será esquecido por este mesmo governo e mais ainda por seus subordinados.
Almança
Deputado Major Fábio adverte: "Policiais ameaçam 'relaxar' segurança na Copa"
Deputado Major Fábio adverte: "Policiais ameaçam 'relaxar' segurança na Copa"
quinta-feira, 31 de outubro de 2013
Tenente-coronel é flagrado tentando furar blitz da Lei Seca em Vitória
Um tenente-coronel da PM foi flagrado tentando furar uma blitz da Lei Seca, na Avenida Nossa Senhora da Penha, em Vitória. Um dos policiais que abordaram o militar registrou o momento. A TV Gazeta teve acesso, com exclusividade, às imagens da blitz e também às gravações do Centro Integrado Operacional Defesa Social (Ciodes), que mostram uma ordem para cancelar a ocorrência do sistema. O caso aconteceu no dia 13 de outubro e está sendo investigado pela própria polícia.
Nas imagens, o motorista questiona aos soldados: "Você sabe que eu sou coronel da polícia, né? Vocês querem me ferrar?".Segundo policiais militares, o tenente-coronel não estava cumprindo serviço, tinha acabado de sair do estacionamento de um boate e foi abordado. Eles suspeitaram que ele estivesse embriagado e solicitaram a documentação, que foi negada. Minutos depois da abordagem, o responsável pela blitz ligou para o Ciodes.
No áudio, o diálogo aponta que o tenente-coronel deixou o local da blitz e uma ocorrência feita contra ele acabou sendo cancelada por determinação de um major da Polícia Militar. Na primeira ligação, o responsável pela blitz falou com um oficial no Ciodes, que o orientou a ligar para o comandante do batalhão. Às 6h, um dos soldados que abordou o tenente-coronel também ligou para a central da polícia e registrou a ocorrência, mas, oito minutos depois, ela foi cancelada pelo mesmo soldado.
O tenente-coronel, identificado apenas por Dirceu, é assessor jurídico do comandante geral da Polícia Militar, um cargo de confiança. Depois de se negar a passar pela fiscalização, ele foi ao Ministério Público do Espírito Santo (MP-ES) e denunciou os policiais que o abordou e alegou que foi humilhado.
O procurador do MP-ES Sócrates de Souza informou que a Corregedoria da Polícia Militar deveria ter sido acionada e que o tenente-coronel agiu errado. "A sensação que fica é de que ele está acima da lei e exerce a hierarquia sobre seus subordinados. O MP entende que a corregedoria deveria ser acionada. O comandante do batalhão deve prestar esclarecimentos sobre o cancelamento da ocorrência. Se fosse o inverso, o soldado estaria preso. Isso mancha a imagem da instituição", disse.
O delegado de trânsito Fabiano Contarato analisou a situação e disse que o militar pode responder por três crimes. “Houve o crime de resistência, pois ele se opôs a um ato legal que era a blitz, por crime de desacato, já que é possível ocorrer crime de desacato entre funcionários públicos mesmo se o desacatado foi inferior hierárquico, e ainda o crime de denunciação caluniosa, pois o tenente foi até a auditoria da Polícia Militar para denunciar os policiais que o abordaram sabendo que eram inocentes", falou.
O chefe da corregedoria da PM, o coronel Celante, informou que foi instaurado um inquérito policial para apurar os fatos. “Há vários relatos e vamos juntar todos para saber o que aconteceu. Quanto ao cancelamento, garantimos que tudo será investigado. Não sei em que circunstâncias ela foi cancelada e por ordem de quem. Com a conclusão, o documento é repassado ao MP, que vai verificar as provas e ver se há caso de indiciamento. Se for comprovado, os envolvidos podem responder por crime de natureza militar ou comum", comentou.
VIDEO:
Leia os diálogos registrados pelo Ciodes
Policial: O tenente-coronel parou na fiscalização, parou não né, abordaram ele. Tenente-coronel Dirceu.Major: Coronel Dirceu? Tô sabendo não, fala aonde foi isso?
Policial: Foi na Reta da Penha saindo da boate São Firmino. O sargento pediu a identificação dele, e ele só entregou a carteira de polícia. Aí o sargento devolveu a carteira para ele. Ele pegou o carro e foi embora, chapadão e não parou nem nada, deixou até os amigos para trás. Aí eu pedi para ele lançar no relatório dele e eu no meu relatório, se ele inverter a situação depois de bom é complicado.
Major: Qual foi a irregularidade que aconteceu?
Policial: O sargento pediu o documento do carro e a habilitação, mas o coronel entregou a identidade e falou que ele era coronel e que estava, tipo assim, como ele é da corporação ele não deveria ter sido parado, a partir do momento que ele falou que era coronel. O sargento falou que a gente estava na fiscalização e que a determinação era abordar todos os condutores que passarem por aqui, 'o senhor passou, pedi o documento e você me entregou só a identidade'.
Major: Eu oriento a você, ligar para seu subcomando ou comandante do batalhão, pegar a orientação com eles. Por que para eu comunicar aqui, não tem nem ocorrência, não tem nada, fica complicado. Aqui eu vou fazer uma CI tal, ligar para corregedoria e tudo mais. Acho que o batalhão tem como administrar essa situação da melhor maneira possível entendeu?
Policial: estou ligando para cancelar o número de uma ocorrência que eu gerei.
Ciodes: qual motivo?
Policial: foi uma ocorrência de abordagem que eu pedi para gerar.
Ciodes: mas por que você quer cancelar?
Policial: foi um determinação do major aqui que não há necessidade de ser gerado essa ocorrência.
Ciodes: foi qual major?
Policial: major Bongestab
Ciodes: ah tá. Então cancelar a ocorrência por determinação dele por achar que não deveria ter sido gerada né?
Policial: é
Fonte: ESTV
Cabo é punido por não liberar veículo de mulher de coronel em abordagem no trânsito
Mulher dirigia com criança de três anos no colo e sem cinto. Cabo foi transferido para Linhares
Mulher de coronel dirigia com criança de três anos no colo
Ainda de acordo com os documentos, o cabo e um soldado foram até a localidade de Palmeiras, em Guarapari, para recolher um carro que estava abandonado há mais de 15 dias. No caminho, se depararam com um Fusca conduzido por uma mulher e fizeram a abordagem padrão. Ela não portava documentos do veículo e nem pessoal, transportava três crianças menores de idade soltas no carro - com uma de aproximadamente 3 anos em seu colo. A mulher e as crianças não usavam cinto de segurança, além do veículo não estar licenciado.
Durante a autuação, um senhor chegou no local de bermuda e camisa gola polo, como frisa o documento, em um carro oficial. O homem questionou o que estava acontecendo, e após ouvir a resposta do cabo, retornou ao veículo e pegou uma identidade militar e se apresentou ao policial como sendo o coronel Henrique Grecco.
O praça, relata o documento, se portou militarmente ao coronel, que em seguida buscou o celular no carro e ligou para para o tenente-coronel Walace Brandão, então comandante do Batalhão da Polícia Rodoviária (BPRv), solicitando que o veículo fosse liberado do local, ao qual havia sido acionado o guincho para recolhimento em pátio e os procedimentos administrativos.
Ainda de acordo com os documentos, o cabo e um soldado foram até a localidade de Palmeiras, em Guarapari, para recolher um carro que estava abandonado há mais de 15 dias. No caminho, se depararam com um Fusca conduzido por uma mulher e fizeram a abordagem padrão. Ela não portava documentos do veículo e nem pessoal, transportava três crianças menores de idade soltas no carro - com uma de aproximadamente 3 anos em seu colo. A mulher e as crianças não usavam cinto de segurança, além do veículo não estar licenciado.
Durante a autuação, um senhor chegou no local de bermuda e camisa gola polo, como frisa o documento, em um carro oficial. O homem questionou o que estava acontecendo, e após ouvir a resposta do cabo, retornou ao veículo e pegou uma identidade militar e se apresentou ao policial como sendo o coronel Henrique Grecco.
O praça, relata o documento, se portou militarmente ao coronel, que em seguida buscou o celular no carro e ligou para para o tenente-coronel Walace Brandão, então comandante do Batalhão da Polícia Rodoviária (BPRv), solicitando que o veículo fosse liberado do local, ao qual havia sido acionado o guincho para recolhimento em pátio e os procedimentos administrativos.
Foto: Reprodução
Tenente-coronel Walace Brandão garante que não deu ordem para liberar veículo
O documento relata que os militares do BPRv escutaram a conversa e entenderam que o tenente-coronel não teria liberado o veículo. Nesse momento, o coronel Henrique se dirigiu à sua esposa, a condutora do veículo, e determinou que ela retirasse o Fusca apreendido pelos militares daquele local. O cabo perguntou se esta seria uma determinação, e o mesmo afirmou que sim, e que poderia anotar as providências devidas que ele estava indo embora.
Tenente-coronel nega
Procurado pela reportagem, o então comandante do Batalhão de Trânsito, tenente-coronel Walace Brandão, não quis comentar o ocorrido para não atrapalhar as investigações do caso, que ainda está sendo apurado pela Corregedoria da Polícia Militar. Mas garantiu que não liberou a esposa do coronel Henrique Grecco, para não ferir a lei. “Não liberei. Garanto isso. Para não ferir a legislação. E sei que isso gerou uma série de consequências”, resumiu Walace Brandão.
Desdobramentos
Dias após o ocorrido, o coronel Henrique foi promovido ao Comando e Policiamento Ostensivo Especializado. O cabo, com 16 anos de Batalhão de Trânsito, foi transferido para o interior de Linhares, para o policiamento comum.
Procurado pela reportagem para falar sobre o caso, o presidente da Associação de Cabos e Soldados do Espírito Santo, Cabo Flávio Gava, confirmou a história e afirmou que as denúncias de abusos de poder por parte de altas patentes são frequentes.
A Polícia Militar foi procurada para se pronunciar sobre o caso, mas a assessoria de comunicação informou que a PM só vai se manifestar quando o inquérito for concluído.
Tenente-coronel nega
Procurado pela reportagem, o então comandante do Batalhão de Trânsito, tenente-coronel Walace Brandão, não quis comentar o ocorrido para não atrapalhar as investigações do caso, que ainda está sendo apurado pela Corregedoria da Polícia Militar. Mas garantiu que não liberou a esposa do coronel Henrique Grecco, para não ferir a lei. “Não liberei. Garanto isso. Para não ferir a legislação. E sei que isso gerou uma série de consequências”, resumiu Walace Brandão.
Desdobramentos
Dias após o ocorrido, o coronel Henrique foi promovido ao Comando e Policiamento Ostensivo Especializado. O cabo, com 16 anos de Batalhão de Trânsito, foi transferido para o interior de Linhares, para o policiamento comum.
Procurado pela reportagem para falar sobre o caso, o presidente da Associação de Cabos e Soldados do Espírito Santo, Cabo Flávio Gava, confirmou a história e afirmou que as denúncias de abusos de poder por parte de altas patentes são frequentes.
A Polícia Militar foi procurada para se pronunciar sobre o caso, mas a assessoria de comunicação informou que a PM só vai se manifestar quando o inquérito for concluído.
Fonte: A Gazeta - Cidade
sábado, 26 de outubro de 2013
Luiz Eduardo Soares: "O Brasil tem que acabar com as PMs"
Uma das maiores autoridades do País em segurança pública, o professor diz que a transição democrática precisa chegar à polícia
“A massa policial está insatisfeita. Mais de 70% das polícias consideram o modelo atual equivocado”, diz ele
Doutor em antropologia, filosofia e ciências políticas, além de professor e autor de 20 livros, Luiz Eduardo Soares é conhecido, mesmo, por duas obras: “A Elite da Tropa 1 e 2”, que inspiraram dois dos maiores sucessos de bilheteria do cinema nacional: “Tropa de Elite 1 e 2”. Considerado um dos maiores especialistas brasileiros em segurança, Soares, 59 anos, travou polêmicas em suas experiências na administração pública. Foi coordenador estadual de Segurança, Justiça e Cidadania do Rio de Janeiro entre 1999 e 2000, no governo Antony Garotinho, e Secretário Nacional de Segurança do governo Lula, em 2003. Bateu de frente com os dois e foi demitido. Nos últimos 15 anos, dedicou-se, junto com outros cientistas sociais, à elaboração de um projeto para modificar a arquitetura institucional da segurança pública brasileira, que, no entender do professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), passa necessariamente pela desmilitarização das polícias e o fim da PM – como gritam manifestantes em passeatas. O trabalho virou a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 51, apresentada no Congresso Nacional pelo senador Lindbergh Faria (PT-RJ).
"A PM vê o manifestante como inimigo. Para a grande massa, a
polícia tem um comportamento abusivo, violador, racista, brutal”
“A resistência de Geraldo Alckmin em enfrentar a brutalidade letal da
polícia está no coração da dinâmica terrível de ascensão do PCC"
"A PM vê o manifestante como inimigo. Para a grande massa, a polícia tem um comportamento abusivo, violador, racista, brutal”
Por que o sr. defende a desmilitarização da polícia?
LUIZ EDUARDO SOARES -
Porque já passou da hora de estender a transição democrática à segurança pública. A Polícia Militar é mais do que uma herança da ditadura, é a pata da ditadura plantada com suas garras no coração da democracia. A polícia é uma instituição central para a democracia. E é preciso que haja um projeto democrático de reforma das polícias comprometido com o novo Brasil, com a nova etapa que a sociedade está vivendo. O Brasil tem que acabar com as PMs.
Deixar de ser militar torna a polícia mais democrática?
LUIZ EDUARDO SOARES -
A cultura militar é muito problemática para a democracia porque ela traz consigo a ideia da guerra e do inimigo. A polícia, por definição, não faz a guerra e não defende a soberania nacional. O novo modelo de polícia tem que defender a cidadania e garantir direitos, impedindo que haja violações às leis. Ao atender à cidadania, a polícia se torna democrática.
Mas o comportamento da polícia seria diferente nas manifestações se a polícia não fosse militar?
LUIZ EDUARDO SOARES -
Se a concepção policial não fosse a guerra, teríamos mais chances. Assim como a PM vê o manifestante como inimigo, a população vê o braço policial do Estado que lhe é mais próximo, porque está na esquina da sua casa, como grande fonte de ameaça. Então, esse colapso da representação política nas ruas não tem a ver apenas com corrupção política nem com incompetência política ou falta de compromisso dos políticos e autoridades com as grandes causas sociais. Tem a ver também com o cinismo que impera lá na base da relação do Estado com a sociedade, que se dá pelo policial uniformizado na esquina. É a face mais tangível do Estado para a grande massa da população e, em geral, tem um comportamento abusivo, violador, racista, preconceituoso, brutal.
Mas no confronto com traficantes, por exemplo, o policial se vê no meio de uma guerra, não é?
LUIZ EDUARDO SOARES -
Correto. Mas esses combates bélicos correspondem a 1% das ações policiais no Brasil. Não se pode organizar 99% de atividades para atender a 1% das ações.
Como desmilitarizar uma instituição de 200 anos, como a PM do Rio?
LUIZ EDUARDO SOARES -
Setenta por cento dos soldados, cabos, sargentos e subtenentes querem a desmilitarização e a mudança de modelo. Entre os oficiais, o placar é mais apertado: 54%. Mas a desmilitarização não é instantânea. Precisa de um prazo que vai de cinco a seis anos e que depois pode se estender. É um processo muito longo, que exige muita cautela, evitando precipitações e preservando direitos.
Como poderia ser organizada uma nova polícia?
LUIZ EDUARDO SOARES -
Os Estados é que vão decidir que tipos de polícia vão formar. A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 51 define dois critérios de organização: territorial e de tipo criminal. Isso porque a realidade do Brasil é muito diversa. O melhor modelo policial para o Amazonas não precisa ser o do Rio. São realidades demográficas, sociológicas, topográficas e geográficas distintas.
Como funcionaria o modelo territorial?
LUIZ EDUARDO SOARES -
Seriam corporações com circunscrição dentro dos municípios, regiões metropolitanas, distritos e o próprio Estado. Poderíamos ter polícia municipal ou na capital, o Estado é que definirá. São Paulo, por exemplo, tem tantas regiões distintas, com características diversas, que poderia ter várias polícias. Essa seria uma possibilidade. Muitos países têm polícias pequenas a partir de certas circunscrições. Então poderíamos ter desde uma polícia só, porque a unificação das polícias é possível, até várias dentro do mesmo Estado.
E o tipo criminal?
LUIZ EDUARDO SOARES -
Teríamos uma polícia só para crime organizado, outra só para delitos de pequeno potencial ofensivo. Mas todas são polícias de ciclo completo, fazem investigação e trabalho ostensivo. Poderia ter polícia esta-dual unificada para delitos mais graves, que não envolvam crime organizado. E pode ter uma polícia pequena só para crime organizado, como se fosse uma Polícia Federal do Estado. São muitas possibilidades.
Como fica a União?
LUIZ EDUARDO SOARES -
Poderia ter atuação destacada na educação policial. No Rio, para ingressar na UPP o policial é treinado em um mês. Em outros Estados, são oito meses. O Brasil é uma babel. Tem algo errado. Tem que ter regras básicas universais. Na polícia, a bagunça, a desordem e a irresponsabilidade nacional, consagradas nesse modelo, são de tal ordem que formamos policiais em um mês, que têm o mesmo título de outro profissional formado em um ano. É necessário que haja um Conselho Federal de Educação Policial, como existe Conselho Federal de Educação. E o Conselho tinha que estar subordinado ao Ministério da Educação, não no da Justiça.
Os policiais foram consultados sobre esses novos modelos?
LUIZ EDUARDO SOARES -
Fiz uma pesquisa sobre opinião policial, junto com os cientistas sociais Silvia Ramos e Marcos Rolim. Ouvimos 64.120 profissionais da segurança pública no Brasil todo. Policiais, guardas municipais, agentes penitenciários. A massa policial está insatisfeita, se sente alvo de discriminação, de preconceito, recebe salários indignos, se sente abusada, sente os direitos humanos desrespeitados. Mais de 70% de todas as polícias consideram esse modelo policial completamente equivocado, um obstáculo à eficiência. E os militares se sentem agredidos, humilhados, maltratados pelos oficiais. Acham que os regimentos disciplinares são inconstitucionais. Pode-se prender sem que haja direito à defesa, até por um coturno sujo!
Mas isso não ajuda a manter a disciplina?
LUIZ EDUARDO SOARES -
De jeito nenhum. Mesmo com toda essa arbitrariedade não se evita a corrupção e a brutalidade. Estamos no pior dos mundos: policiais maltratados, mal pagos, se sentindo desrespeitados, não funcionando bem. E a população se sentindo mal com essa problemática toda. E os números são absurdos: 50 mil homicídios dolosos por ano e, desses, em média, apenas 8% de casos desvendados com sucesso. Ou seja: 92% dos crimes mais graves não são nem sequer investigados.
É o país da impunidade?
LUIZ EDUARDO SOARES -
Somente em relação ao homicídio doloso. Estamos longe de ser o país da impunidade. O Brasil tem a quarta população carcerária do mundo. Temos 550 mil presos, eram 140 mil em 1995.
O que mais é necessário para democratizar a segurança pública?
LUIZ EDUARDO SOARES -
Precisamos de uma polícia de ciclo completo, que faça o patrulhamento ostensivo e o trabalho investigativo. Hoje temos duas polícias (civil e militar), e cada uma faz metade do serviço. Nosso modelo policial é uma invenção brasileira que não deu certo. Até porque quando você vai à rua só para prender no flagrante, talvez esteja perdendo o mais importante. Pega o peixe pequeno e perde o tubarão. Tem que ter integração. O policiamento ostensivo e a investigação se complementam.
O que mais é importante?
LUIZ EDUARDO SOARES -
É fundamental o estabelecimento de carreira única. Em qualquer polícia do mundo, se você entra na porteira pode vir a comandar a instituição, menos no Brasil. Hoje temos nas instituições estaduais quatro polícias de verdade. Na PM são os praças e oficiais. Na civil, delegados e agentes. São mundos à parte. Você nunca vai ascender, mesmo que faça o melhor trabalho do mundo, sendo praça. Mas para quem entra na Escola de Oficiais, o céu é o limite. Isso gera animosidades internas. Isso separa, gera hostilidade. E esse modelo tem que acabar na polícia. Isso é o pleito da massa policial.
O sr. foi secretário de Segurança e não fez as reformas. Por quê?
LUIZ EDUARDO SOARES -
Por causa da camisa de força constitucional. Não podíamos mudar as polícias. Mas dentro dos arranjos possíveis fizemos o projeto das Delegacias Legais, que é uma das únicas políticas públicas do Brasil a atravessar governos de adversários políticos. São 15 anos desse projeto, apesar da resistência monstruosa que enfrentei. Fui demitido pelo (Anthony) Garotinho porque entrei em confronto com a banda podre da polícia. Após minha queda, policiais festejavam e o novo chefe de polícia dizia: agora estamos livres para trabalhar. Foi uma explosão de autos de resistência.
O crescimento do PCC se deve ao modelo policial vigente?
LUIZ EDUARDO SOARES -
Acho que a resistência do governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) em enfrentar a brutalidade letal da polícia, sua dificuldade em enfrentar a banda podre, de confrontar a máquina de morte, com a bênção de setores da Justiça e do Ministério Público, está no coração da dinâmica terrível de ascensão do PCC. Durante os primeiros anos, o PCC foi um instrumento de defesa dos presos, de organização que falava em nome da legalidade que era desrespeitada pelo Estado. Depois se dissociou das finalidades iniciais. Como já existia como máquina, poderia servir a outros propósitos, inclusive criminais. E foi o que começou a acontecer. O PCC deixou de ser instrumento de defesa para ser de ataque. Aí eles começaram a funcionar como uma organização criminosa.
FONTE - ISTOÉ
“A massa policial está insatisfeita. Mais de 70% das polícias consideram o modelo atual equivocado”, diz ele
Doutor em antropologia, filosofia e ciências políticas, além de professor e autor de 20 livros, Luiz Eduardo Soares é conhecido, mesmo, por duas obras: “A Elite da Tropa 1 e 2”, que inspiraram dois dos maiores sucessos de bilheteria do cinema nacional: “Tropa de Elite 1 e 2”. Considerado um dos maiores especialistas brasileiros em segurança, Soares, 59 anos, travou polêmicas em suas experiências na administração pública. Foi coordenador estadual de Segurança, Justiça e Cidadania do Rio de Janeiro entre 1999 e 2000, no governo Antony Garotinho, e Secretário Nacional de Segurança do governo Lula, em 2003. Bateu de frente com os dois e foi demitido. Nos últimos 15 anos, dedicou-se, junto com outros cientistas sociais, à elaboração de um projeto para modificar a arquitetura institucional da segurança pública brasileira, que, no entender do professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), passa necessariamente pela desmilitarização das polícias e o fim da PM – como gritam manifestantes em passeatas. O trabalho virou a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 51, apresentada no Congresso Nacional pelo senador Lindbergh Faria (PT-RJ).
"A PM vê o manifestante como inimigo. Para a grande massa, a
polícia tem um comportamento abusivo, violador, racista, brutal”
“A resistência de Geraldo Alckmin em enfrentar a brutalidade letal da
polícia está no coração da dinâmica terrível de ascensão do PCC"
"A PM vê o manifestante como inimigo. Para a grande massa, a polícia tem um comportamento abusivo, violador, racista, brutal”
Por que o sr. defende a desmilitarização da polícia?
LUIZ EDUARDO SOARES -
Porque já passou da hora de estender a transição democrática à segurança pública. A Polícia Militar é mais do que uma herança da ditadura, é a pata da ditadura plantada com suas garras no coração da democracia. A polícia é uma instituição central para a democracia. E é preciso que haja um projeto democrático de reforma das polícias comprometido com o novo Brasil, com a nova etapa que a sociedade está vivendo. O Brasil tem que acabar com as PMs.
Deixar de ser militar torna a polícia mais democrática?
LUIZ EDUARDO SOARES -
A cultura militar é muito problemática para a democracia porque ela traz consigo a ideia da guerra e do inimigo. A polícia, por definição, não faz a guerra e não defende a soberania nacional. O novo modelo de polícia tem que defender a cidadania e garantir direitos, impedindo que haja violações às leis. Ao atender à cidadania, a polícia se torna democrática.
Mas o comportamento da polícia seria diferente nas manifestações se a polícia não fosse militar?
LUIZ EDUARDO SOARES -
Se a concepção policial não fosse a guerra, teríamos mais chances. Assim como a PM vê o manifestante como inimigo, a população vê o braço policial do Estado que lhe é mais próximo, porque está na esquina da sua casa, como grande fonte de ameaça. Então, esse colapso da representação política nas ruas não tem a ver apenas com corrupção política nem com incompetência política ou falta de compromisso dos políticos e autoridades com as grandes causas sociais. Tem a ver também com o cinismo que impera lá na base da relação do Estado com a sociedade, que se dá pelo policial uniformizado na esquina. É a face mais tangível do Estado para a grande massa da população e, em geral, tem um comportamento abusivo, violador, racista, preconceituoso, brutal.
Mas no confronto com traficantes, por exemplo, o policial se vê no meio de uma guerra, não é?
LUIZ EDUARDO SOARES -
Correto. Mas esses combates bélicos correspondem a 1% das ações policiais no Brasil. Não se pode organizar 99% de atividades para atender a 1% das ações.
Como desmilitarizar uma instituição de 200 anos, como a PM do Rio?
LUIZ EDUARDO SOARES -
Setenta por cento dos soldados, cabos, sargentos e subtenentes querem a desmilitarização e a mudança de modelo. Entre os oficiais, o placar é mais apertado: 54%. Mas a desmilitarização não é instantânea. Precisa de um prazo que vai de cinco a seis anos e que depois pode se estender. É um processo muito longo, que exige muita cautela, evitando precipitações e preservando direitos.
Como poderia ser organizada uma nova polícia?
LUIZ EDUARDO SOARES -
Os Estados é que vão decidir que tipos de polícia vão formar. A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 51 define dois critérios de organização: territorial e de tipo criminal. Isso porque a realidade do Brasil é muito diversa. O melhor modelo policial para o Amazonas não precisa ser o do Rio. São realidades demográficas, sociológicas, topográficas e geográficas distintas.
Como funcionaria o modelo territorial?
LUIZ EDUARDO SOARES -
Seriam corporações com circunscrição dentro dos municípios, regiões metropolitanas, distritos e o próprio Estado. Poderíamos ter polícia municipal ou na capital, o Estado é que definirá. São Paulo, por exemplo, tem tantas regiões distintas, com características diversas, que poderia ter várias polícias. Essa seria uma possibilidade. Muitos países têm polícias pequenas a partir de certas circunscrições. Então poderíamos ter desde uma polícia só, porque a unificação das polícias é possível, até várias dentro do mesmo Estado.
E o tipo criminal?
LUIZ EDUARDO SOARES -
Teríamos uma polícia só para crime organizado, outra só para delitos de pequeno potencial ofensivo. Mas todas são polícias de ciclo completo, fazem investigação e trabalho ostensivo. Poderia ter polícia esta-dual unificada para delitos mais graves, que não envolvam crime organizado. E pode ter uma polícia pequena só para crime organizado, como se fosse uma Polícia Federal do Estado. São muitas possibilidades.
Como fica a União?
LUIZ EDUARDO SOARES -
Poderia ter atuação destacada na educação policial. No Rio, para ingressar na UPP o policial é treinado em um mês. Em outros Estados, são oito meses. O Brasil é uma babel. Tem algo errado. Tem que ter regras básicas universais. Na polícia, a bagunça, a desordem e a irresponsabilidade nacional, consagradas nesse modelo, são de tal ordem que formamos policiais em um mês, que têm o mesmo título de outro profissional formado em um ano. É necessário que haja um Conselho Federal de Educação Policial, como existe Conselho Federal de Educação. E o Conselho tinha que estar subordinado ao Ministério da Educação, não no da Justiça.
Os policiais foram consultados sobre esses novos modelos?
LUIZ EDUARDO SOARES -
Fiz uma pesquisa sobre opinião policial, junto com os cientistas sociais Silvia Ramos e Marcos Rolim. Ouvimos 64.120 profissionais da segurança pública no Brasil todo. Policiais, guardas municipais, agentes penitenciários. A massa policial está insatisfeita, se sente alvo de discriminação, de preconceito, recebe salários indignos, se sente abusada, sente os direitos humanos desrespeitados. Mais de 70% de todas as polícias consideram esse modelo policial completamente equivocado, um obstáculo à eficiência. E os militares se sentem agredidos, humilhados, maltratados pelos oficiais. Acham que os regimentos disciplinares são inconstitucionais. Pode-se prender sem que haja direito à defesa, até por um coturno sujo!
Mas isso não ajuda a manter a disciplina?
LUIZ EDUARDO SOARES -
De jeito nenhum. Mesmo com toda essa arbitrariedade não se evita a corrupção e a brutalidade. Estamos no pior dos mundos: policiais maltratados, mal pagos, se sentindo desrespeitados, não funcionando bem. E a população se sentindo mal com essa problemática toda. E os números são absurdos: 50 mil homicídios dolosos por ano e, desses, em média, apenas 8% de casos desvendados com sucesso. Ou seja: 92% dos crimes mais graves não são nem sequer investigados.
É o país da impunidade?
LUIZ EDUARDO SOARES -
Somente em relação ao homicídio doloso. Estamos longe de ser o país da impunidade. O Brasil tem a quarta população carcerária do mundo. Temos 550 mil presos, eram 140 mil em 1995.
O que mais é necessário para democratizar a segurança pública?
LUIZ EDUARDO SOARES -
Precisamos de uma polícia de ciclo completo, que faça o patrulhamento ostensivo e o trabalho investigativo. Hoje temos duas polícias (civil e militar), e cada uma faz metade do serviço. Nosso modelo policial é uma invenção brasileira que não deu certo. Até porque quando você vai à rua só para prender no flagrante, talvez esteja perdendo o mais importante. Pega o peixe pequeno e perde o tubarão. Tem que ter integração. O policiamento ostensivo e a investigação se complementam.
O que mais é importante?
LUIZ EDUARDO SOARES -
É fundamental o estabelecimento de carreira única. Em qualquer polícia do mundo, se você entra na porteira pode vir a comandar a instituição, menos no Brasil. Hoje temos nas instituições estaduais quatro polícias de verdade. Na PM são os praças e oficiais. Na civil, delegados e agentes. São mundos à parte. Você nunca vai ascender, mesmo que faça o melhor trabalho do mundo, sendo praça. Mas para quem entra na Escola de Oficiais, o céu é o limite. Isso gera animosidades internas. Isso separa, gera hostilidade. E esse modelo tem que acabar na polícia. Isso é o pleito da massa policial.
O sr. foi secretário de Segurança e não fez as reformas. Por quê?
LUIZ EDUARDO SOARES -
Por causa da camisa de força constitucional. Não podíamos mudar as polícias. Mas dentro dos arranjos possíveis fizemos o projeto das Delegacias Legais, que é uma das únicas políticas públicas do Brasil a atravessar governos de adversários políticos. São 15 anos desse projeto, apesar da resistência monstruosa que enfrentei. Fui demitido pelo (Anthony) Garotinho porque entrei em confronto com a banda podre da polícia. Após minha queda, policiais festejavam e o novo chefe de polícia dizia: agora estamos livres para trabalhar. Foi uma explosão de autos de resistência.
O crescimento do PCC se deve ao modelo policial vigente?
LUIZ EDUARDO SOARES -
Acho que a resistência do governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) em enfrentar a brutalidade letal da polícia, sua dificuldade em enfrentar a banda podre, de confrontar a máquina de morte, com a bênção de setores da Justiça e do Ministério Público, está no coração da dinâmica terrível de ascensão do PCC. Durante os primeiros anos, o PCC foi um instrumento de defesa dos presos, de organização que falava em nome da legalidade que era desrespeitada pelo Estado. Depois se dissociou das finalidades iniciais. Como já existia como máquina, poderia servir a outros propósitos, inclusive criminais. E foi o que começou a acontecer. O PCC deixou de ser instrumento de defesa para ser de ataque. Aí eles começaram a funcionar como uma organização criminosa.
FONTE - ISTOÉ
segunda-feira, 30 de setembro de 2013
quinta-feira, 26 de setembro de 2013
ES- AGEM-PMBM entra com ação para impedir que motoristas sem curso de condução de veículo de emergência dirijam viaturas
Uma iniciativa da jovem Associação Geral dos Policiais Militares do Estado do Espírito Santo - AGEM-PMBM vai dar o que falar no meio policial de todo o Brasil.
Trata-se de uma ação que a Associação de classe entrou contra o Governo do Estado do Espírito Santo questionando o fato dos policiais e bombeiros militares dirigirem viaturas de forma irregular, sem o curso específico de condução de veículo de emergência conforme estipula o art. 145 do Código Brasileiro de Transito.
"Sou motorista há anos na PM e nunca fiz nenhum curso de condução de veículo de emergência. E isso é um absurdo. Cobramos a aplicação da Lei mas nós mesmo não a respeitamos. Outra coisa, se eu bater a VTR terei de pagar do meu próprio bolso. Isso só acontece na PM. Pergunte se em outro órgão ou repartição do governo isso acontece? Não temos nenhuma gratificação de motorista. Qual o incentivo que temos pra dirigir viaturas para o Estado? Nenhum." - Disse um policial militar que não quis se identificar.
"É uma ação pioneira que outras associações não tiveram e não têm coragem de encabeçar. Nossa categoria tem sofrido com a defasagem salarial e com o descaso deste governo e ninguém diz nada. Esta é uma ação que mostra que nossa associação está disposta a lutar com os meios judiciais para amenizar o sofrimento dos nossos associados." Comentou um diretor que preferiu também não se identificar.
Vejam os pedidos da ação:
"...
b) conceder inaudita altera pars a presente medida Tutela Antecipada, em face da relevância do pedido, a fim de determinar que:
I - seja impedido que os militares estaduais da PMES e do BMES que não preencham os requisitos previstos no art. 145 do CTB realizem atividade de condução de veículo de emergência, sob pena de aplicação de multa diária após a concessão da medida pretendida na forma de liminar,
II - seja providenciado a imediata realização de curso especializado e de curso de treinamento de prática veicular em situação de risco, nos termos da normatização do CONTRAN, sob pena de aplicação de multa diária após a concessão da medida pretendida na forma de liminar,
III – cesse qualquer cobrança a militares estaduais por danos causados ao erário e a terceiros em decorrência da imposição/autorização do Estado de fazer com que militares sem a capacidade técnica, que não possuam os requisitos legais, conduzam viaturas;
c) após a concessão da medida pretendida na forma de liminar, inaudita altera pars, requer a citação do Requerido, na pessoa de seu representante legal, no endereço declinado inicialmente, para que conteste e acompanhe, querendo, o presente pedido, até final decisão, sob pena de revelia e confissão, em conformidade com o art. 285, in fine, do Código de Processo Civil;
d) com a resposta ou sem, requer a total procedência do pedido, condenando-se a Requerida ao pagamento das custas do processo, honorários advocatícios e demais combinações legais;
e) condenar o requerido a devolução de qualquer valor pago por militar a título de conserto/reparo de viatura por acidente automobilístico, a título de reposição de erário por acidente automobilístico envolvendo viatura ou a titulo de indenização a terceiros decorrente de acidente envolvendo viatura se o militar não possuía ao tempo do acidente os devidos requisitos legais para conduzir um veiculo de emergência;
..."
Vamos aguardar o resultado da justiça esperando que haja imparcialidade no julgamento da mesma.
Fonte: pec300.com
Leia mais: http://www.agem-pmbm.org/news/es-agem-pmbm-entra-com-a%c3%a7%c3%a3o-para-impedir-que-motoristas-sem-curso-de-condu%c3%a7%c3%a3o-de-veiculo-de-emerg%c3%aancia-dirijam-viaturas/
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sexta-feira, 13 de setembro de 2013
Desabafo de um soldado
Policial Militar com orgulho, soldado, com dupla e às vezes tripla jornada de trabalho para sustentar com dignidade minha família, injuriado fui coagido hoje pelo meu oficial a pedir para minha esposa, grávida do nosso segundo filho, minha mãe e minhas irmãs aderirem ao movimento do bate panelas na frente da secretaria de segurança pública na quinta-feira para que os “sangue azul” tenham ainda mais aumento e se distanciem cada vez mais de nós, os praças. Manda a mãe dele pra ver se ela vai. A dondoca da mulher dele idem.
Passou da hora dos soldados, cabos e sargentos deixarem de ser capachos do oficialato que nos utilizam como massa de manobra para atacar seus inimigos que não são os nossos. Pensam neles, agem para eles e nos tratam como lixos. Recebemos tratamento pior que os cachorros e os cavalos. Somos do baixo clero e nunca teremos deles a menor consideração ou respeito. Seres apequenados e egoístas de nascença.
Eu cansei. Não aceito mais ganhar menos de 10% do salário de um bando de coronéis que não prestam para nada, a não ser pensar nas maldades que farão conosco, como poderão lucrar com a nossa mão de obra (ganham até com nossos bicos), quantos dias de cadeia vou puxar se ousar desafiar qualquer um deles falando a verdade ou me recusando a servir de motorista particular, entregador de mimos para suas namoradas, office boy fardado, acompanhante da esposa , das filhas, da sogra, do cachorro e etc.
Ficar em pé durante horas do lado de fora do restaurante tomando chuva, passando frio e fome enquanto eles se fartam acompanhados de outros arrogantes, bebendo e comendo do bom e do melhor porque até dentro do Batalhão tem rancho para os plebeus e a comida é separada. Não podemos permanecer sentados em recinto onde esteja um oficial, mesmo que seja um moleque recém saído do Barro Branco porque já é mais que qualquer praça velho que tem que lhe ceder o lugar, pedir permissão até pra peidar. Vem com lavagem mental de fábrica porque são todos tontos iguais.
Isso não é vida. Isso é humilhação demais . Agora estão nos usando para conseguir atingir os delegados, os tiras, o capeta. Eles são assim mesmo. Tem uns filhos da puta na civil, mas tem aqueles que são melhores que os oficiais para arredondar o bagulho quando dá errado. Os boina azul vão pra prender e os majura pelo menos pra mim, sempre trataram com educação e acertaram pro meu lado.
Tem oficial empregando praça e ganhando com isso. Enquanto a gente trabalha de domingo a domingo, sendo chamado de coxinha porque não tem dinheiro nem pra comprar um pão na padaria, eles engordam suas contas bancárias nas custas dos trouxas. Não vi meu primeiro filho crescer porque saio de um inferno pro outro. Bico de segurança a noite toda, estudando pra ser alguma coisa e pegando trampo na hora que mandam porque sou honesto e estou sendo escravizado pelo oficial que não vai com a minha cara e pega no meu pé desde o dia que soube que estudo pra sair dessa merda que é a Polícia Militar e que quero ir pra civil que eles querem acabar. Eu sei porque fui motorista de um filho da puta desses e não sou surdo mas se falo morro ou vou preso.
Pensei que era só comigo mas é usual e já se enraizou na cultura militaresca. Praça é praça e oficial é oficial que aliás não tem qualquer serventia. Nada que o nosso sargento não saiba e possa fazer custando menos da metade. Se o governador for um pouco inteligente, investe na gente que trabalha, vai pra rua, toca tiro com vagabundo e se mata um, ferrou. PROER e as vezes cadeia. E os sangue azul faz o que? Nada porque só sabem puxar saco, dar tapinha nas costas e preparar o punham para enterrar nas costas de quem não concorda com eles.
Senhor governador Geraldo Alkimin. Aposte nos praças e mande esses coronéis de bosta e esses oficiais de merda andar. Não tem precisão deles, garanto para o senhor. Eles não servem pra nada além de ferrar soldado, cabo e sargento e pensar na boa vida deles. E não duvide Vossa Exa. que estão arrumando sua cama. Se V. Exa ceder agora nunca mais controla . Vai por mim.
Se V.Exa for um pouco só inteligente já deve ter percebido a manobra deles, portanto, só vai se ferrar se deixar. Se eles conseguirem dobrar seus joelhos, o senhor já era. Não que eu goste do seu governo ou de sua pessoa. Muito ao contrário. Eu não gosto e acredito que nenhum policia goste, mas gosto menos de ser trouxa e feito de massa de manobra de lixo com sangue azul porque o meu é vermelho feito meus pés que ainda estão cheios de barro da última novidade que caiu no meu colo. Vê se nos deles tem barro. Tem nada. Tem os bolsos cheios isso tem.
Deixa de ser trouxa soldado, cabo e sargento. Não precisamos deles pra nada. Nem atirar sabem com algumas exceções. Viraram já faz tempo, marajás com salários de fazer inveja a qualquer juiz porque ganham comida boa, moradia, ordenança, mordomia, e um bando de palhaços para mandar. Em mim vão mandar só mais um pouco porque vou embora dessa merda e nunca mais volto, se Deus quiser. Que fique pros idiotas que aceitam a humilhação e se satisfazem com os restos e sobras nojentas dessa raça maldita . Pra mim não. FUI (Flit Paralisante)
Fonte: Policial BR
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domingo, 8 de setembro de 2013
GOVERNO JÁ TEM PROPOSTA CONCLUÍDA
Aconteceu na manhã desta quinta-feira (05/09), reunião das Entidades de Classe da PM e BM (ASSES, ACS e ABMES), com a presença das seguintes autoridades: Secretário de Gestão e Recursos Humanos (SEGER), Dr. Aminthas Loureiro Júnior, Subsecretário da SEGER, Dr. Charles Dias de Almeida, Secretário de Segurança (SESP), Dr. André de Albuquerque Garcia, Comandante Geral da PMES, Cel PM Edmilson dos Santos, Comandante Geral do CBMES, Cel BM Edmilton Ribeiro Aguiar Junior, além dos membros do grupo de estudos criado pelo governo para o realinhamento salarial: Cel PM Guedes, Ten Cel PM Basset e Ten Cel BM Samuel, com a finalidade de informar às Entidades de Classes sobre o andamento dos estudos referentes à proposta de realinhamento salarial encaminhada pelas Entidades.
Na oportunidade, a SEGER informou que os estudos já estão concluídos e que atendem a todos os militares estaduais da ativa, reserva e pensionistas, proposta esta já apresentada e analisada pelos Comandantes das corporações, faltando apenas aprovação final no Comitê Gestor, que é formado por 07 (sete) Secretários de Estado, com reunião prevista para o próximo dia 12 de setembro de 2013, sendo este o motivo da não apresentação em definitivo da nova tabela.
No decorrer da reunião, os representantes de classe indagaram ao SEGER se existe a intenção do Governo em enviar a Assembleia Legislativa do ES, projetos de forma fracionada, ou seja, primeiro o projeto dos oficiais e depois o projeto dos praças, sendo respondido pelo Secretário que o Governo enviará um único Projeto de Lei.
A proposta final será apresentada às Entidades de Classe logo após a reunião do Comitê Gestor prevista para o dia 12 de setembro de 2013, onde conheceremos o conteúdo da proposta e então a levaremos ao conhecimento dos nossos associados.
Fonte: ACSPMBMES |
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